A prevenção é sempre importante e a vacina contra herpes-zóster é muito recomendada para as pessoas que tenham 50 anos ou mais. A doença pode levar a dores crônicas e também há riscos de complicações sistêmicas, como íleo paralítico, dentre outras alterações. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta todas as pessoas maiores de 50 anos a tomarem a vacina. As opções de vacina estão disponíveis apenas na rede privada, sendo a Shingrix a mais recente, de acordo com a SBIm, e a mais indicada para idosos imunossuprimidos.
Pesquisas apontam que, após a fase mais aguda da pandemia de COVID-19, o número de casos de herpes-zóster subiu 35%, trazendo alerta em relação à população idosa e imunosuprimida. O herpes-zóster ocorre pela reativação do vírus da varicela zoster no organismo devido alterações imunológicas que ocorrem em idosos, imunosuprimidos, desnutridos, etc. Qualquer pessoa que teve contato com esse vírus – causador da varicela (popularmente conhecida como “catapora”), em algum momento da vida, pode desenvolver herpes-zóster. A propagação da doença se dá por meio de contato com lesões infectadas, abraços ou gotículas respiratórias em suspensão. A manifestação na pele pode causar intensa dor aos portadores, impossibilitando movimentos simples como deitar-se ou vestir roupas. As lesões tendem a acometer apenas um dermátomo, seguindo um feixe nervoso, daí também ser chamada de “zona”. Alguns pacientes referem que o simples roçar da roupa causa dor intensa. Mesmo após a cura clínica, alguns pacientes desenvolvem o que chamamos neuropatia pós herpética, quando as lesões cutâneas estão cicatrizadas, mas as dores continuam em graus variados.
Pesquisadores da Universidade de Montes Claros (UNIMONTES) desenvolveram estudo com informações do Sistema Único de Saúde (SUS), comparando o volume de diagnósticos de herpes-zóster entre períodos pré e pós pandemia de COVID-19, nas cinco regiões brasileiras. De acordo com os resultados, o período que antecedeu a pandemia apontava 30,2 casos de herpes-zóster para cada 1 milhão de pessoas.
Durante a pandemia, este número saltou para 40,9 casos por 1 milhão. Outros estudos realizados em diversos países do mundo apresentaram resultados semelhantes. Na prática clínica também notamos este aumento, o que torna imprescindível a prevenção, que no presente momento é feita com as vacinas disponíveis.
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