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Tecnologias na Educação – Expectativas e frustrações

“Um Professor qualificado continua sendo uma tecnologia de ensino resiliente e insuperável”

A vovó tirou do seu ‘fundo do baú’ histórias interessantes e que parecem, hoje, inacreditáveis. Vejam estas:


  • Thomas Edison, industrial americano e inventor da lâmpada elétrica, disse em 1913: “livros logo se tornarão obsoletos nas escolas (…) Nosso sistema escolar mudará completamente dentro de dez anos”. Parece até atual! O deslumbramento demonstrado por ele dizia respeito às várias potencialidades pedagógicas do cinema, opinião corroborada por muita gente naquela época, que até diziam: “o cinema está destinado a revolucionar nosso sistema educacional e, graças a ele, será possível ensinar todas as ramificações do conhecimento humano”.


  • Em 1930, a tecnologia revolucionária foi o rádio e dizia-se sobre ele: “o rádio está destinado a levar o mundo para a sala de aula, a fim de tornar universalmente disponíveis os serviços dos melhores professores”.


  • Em 1960, foi a vez da televisão: “é possível multiplicar nossos melhores instrutores, isto é, selecionar um único professor excelente e oferecer a todos os estudantes os benefícios resultantes de uma instrução de qualidade superior (…) A TV transforma todas as salas de estar, de jantar, sótão, etc., numa sala potencial de aula”.


Percebe-se nesse recordatório, que muita expectativa sempre foi projetada em cada nova tecnologia que ia surgindo como esperança para solucionar os problemas educacionais nos países, pelo mundo afora. Hoje, continua se fazendo a mesma coisa: a televisão foi substituída pelas “tecnologias de informação e de comunicação para o ensino” – as famosas TIC.


Em 2011, um parlamentar alardeou que estas são “como uma resposta adaptada aos desafios da educação do século XXI: lutar contra o fracasso na escola, favorecer a igualdade de oportunidades, devolver aos alunos o prazer de ir à escola e aprender, revalorizar a profissão do magistério, que deve retomar seu lugar com esse papel de ‘diretor de cena’ (…). Pois não será sobre a educação de ontem que edificaremos os talentos de amanhã”.


As muitas expectativas trouxeram muitas frustações. Nem o cinema, nem o rádio ou a televisão resolveram os enormes problemas educacionais na grande maioria dos países. Nem mesmo hoje, a Informatização no ensino, trouxe o ganho tão esperado e propalado.


“A síntese do último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), solicitado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, enfatiza: “professores são o mais importante recurso nas escolas de hoje…”. Essa afirmação foi feita após os especialistas constatarem que os países que mais investiram em tecnologias digitais foram os que viram a performance de seus alunos diminuir, mais severamente, em matemática, leitura e ciências.


Conclusão final:

“Um Professor qualificado continua sendo uma tecnologia de ensino resiliente e insuperável”.


Saiba mais:

  1. Edison T. In: Saettler P. The evolution of American educacional techonology. (S.I.): IAP, 1990.

  2. Darrow B. In: Cuban L. Teachers and the machines. New York: Teachers College Press, 1986.

  3. Wischener G et al. Some thoughts on television as na educacional tool. American Psychologist. 1955;10.

  4. Fourgous J. Oser la pédagogie numérique!. Le Monde, 2011. Disponível em: lemonde.fr. Acesso em: 27 jul. 2021.

  5. Spitzer M. M-learning? When it comes to learning, smartphones are a liability, not an asset. Trends in Neuroscience and Education. 2015;4.

  6. OECD. Effective teacher policies: insights from PISA. OECD, 2018. Disponível em: oecd.org. Acesso em: 27 jul.2021.

  7. OCDE. Connectés pour appendre? Les élèves et les nouvelles technologies (principaux résultats). OCDE, 2015. Disponível em: oecd.org. Acesso em: 27 jul. 2021.

Relator:

Fernando MF Oliveira

Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP


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