A Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) foi criada em 1992, pela WABA (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno), para promover as metas da Declaração de Innocenti1. A SMAM ocorre entre 1 e 7 de agosto em cerca de 170 países1 e é uma importante estratégia de promoção da amamentação2, alinhada aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização Mundial de Saúde (OMS)2.
A 31ª SMAM tem quatro objetivos principais: informar pessoas sobre o seu papel fortalecendo a cadeia de calor da amamentação, vincular amamentação como parte de boa nutrição, segurança alimentar e redução das desigualdades, engajar pessoas e organizações ao longo da cadeia de calor para amamentação e estimular ação de fortalecimento da capacidade de protagonistas e sistemas para a mudança transformacional2.
O leite materno é o alimento padrão-ouro na alimentação infantil, recomendado exclusivamente até os seis meses de vida e, com outros alimentos, até os dois anos ou mais. Previne infecções e alergias, aumenta o vínculo entre a mãe e o bebê e garante a segurança alimentar do bebê e da família2.
A pandemia da COVID-19 e os conflitos geopolíticos pioraram as desigualdades sociais, a insegurança alimentar, o atendimento dos sistemas de saúde, o marketing abusivo da indústria alimentícia e as famílias ficaram sem rede de apoio devido ao distanciamento social2.
A amamentação tem desafios e exige apoio em diversos momentos. No pré-natal, os pais precisam ser preparados com aconselhamento em amamentação. Durante o trabalho de parto e o nascimento, cuidados amigos da mãe e Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) são decisivos para o sucesso inicial e a continuidade da amamentação. Em casa, a mãe necessita de cuidados pós-parto e os pais necessitam de ajuda prática e aconselhamento em aleitamento materno nas primeiras seis semanas de vida do bebê. Nos primeiros dois anos, cuidados contínuos podem evitar queda das taxas de aleitamento materno exclusivo e amamentação continuada, no retorno ao trabalho, nas práticas abusivas de marketing da indústria de substitutos de leite materno (SLM), como fórmulas e bicos. Em circunstâncias especiais (bebê prematuro, pequeno para a idade gestacional, em risco de hipoglicemia, separado da mãe, mãe diabética, com contraindicação à amamentação, impossibilitada de amamentar) e em emergências, a ordem de preferência deve ser leite extraído da mãe, leite pasteurizado de doadora saudável ou SLM oferecido em copinho ou xícara2.
A cadeia de calor é formada por protagonistas dos sistemas de saúde e protagonistas da comunidade.
Protagonistas dos sistemas de saúde devem receber educação baseada em evidências e treinamentos em cuidados amigos da mãe, IHAC, Mãe Canguru, aconselhamento em amamentação, Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno e Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) no Brasil2.
Protagonistas da comunidade devem participar de campanhas para proteger, promover e apoiar a amamentação como a SMAM. Em colaboração com os protagonistas da saúde, eles devem denunciar as táticas nocivas da indústria de SLM e apoiar as mulheres a amamentar2.
Referências
Relator: Mirela Leite Rozza Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SPSP
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