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Covid afeta atenção ao pré-natal no País


Números apurados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a assistência ao parto reforçam a percepção dos médicos de que a pandemia de covid-19 afastou as gestantes dos consultórios durante o pré-natal. Segundo levantamento divulgado pela autarquia, em 2020, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou quase 842 mil consultas pré-natal a menos do que no ano anterior. Além disso, houve impacto negativo em exames essenciais para a avaliação da saúde materna e perinatal.


“Embora seja necessário considerar outros fatores que podem ter influenciado a redução da assistência ao pré-natal em 2020 – como, a diminuição histórica da natalidade no Brasil ao longo dos últimos anos –, a redução abrupta no número de consultas e exames pode ser um forte indício do impacto negativo da pandemia na assistência às gestantes”, destacou José Hiran Gallo, ginecologista-obstetra e diretor do CFM.


Para ele, ainda não é possível traçar com clareza os efeitos diretos da pandemia nos indicadores de morbidade e de mortalidade de mulheres e bebês, mas “as informações levantadas já alertam para a necessidade de mais estudos sobre os possíveis desdobramentos epidemiológicos da covid-19 na população brasileira, em especial nas mulheres”.


Menos consultas – Segundo os dados, cerca de 6,2 milhões de acompanhamentos foram realizados durante o pré-natal ao longo de 2019. No ano seguinte, que marcou o início da pandemia, o número de consultas baixou para 5,4 milhões – uma redução de 14%.


Logo nos primeiros meses de 2020, quando o Brasil ainda não havia registrado casos de contágio pelo novo coronavírus, os dados já indicavam tendência de queda. Na comparação mês a mês, é possível observar baixa acentuada nos meses de abril (−34%), setembro (−42%) e dezembro (−30%).


“O pré-natal é fundamental para garantir que o bebê e a mulher tenham parto e uma gestação saudáveis, sem nenhuma complicação. Além de prevenir e diagnosticar precocemente doenças e problemas que podem se agravar, o acompanhamento também orienta a mulher sobre temas importantes referentes à maternidade”, comenta o conselheiro Ademar Carlos Augusto, coordenador da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia do CFM.



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