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COVID-19 – Como proteger os bebês do contágio?


Nesta época que vivemos, com a pandemia do novo coronavírus, muito se discute sobre qual a melhor forma de proteção do contágio, quer seja para os profissionais da saúde, quer seja para a população em geral. Algo que se deveria discutir também é: como devemos proteger os recém-nascidos?


Como parte do EPI (equipamento de proteção individual), utilizado pelas pessoas atuantes na linha de frente ao combate à COVID-19, é usado o escudo facial feito com acetato, que em conjunto com a máscara cirúrgica e demais itens, é um grande aliado no impedimento do contágio com as secreções dos pacientes infectados. A falta deste utensílio faz com que as chances de contaminação por parte dos atuantes na linha de frente sejam maiores, uma vez que a máscara (tais como N95 ou PFF2, as mais usadas nas instituições de saúde) protegem apenas as vias aéreas e, como foi percebido, basta o simples contato das gotículas em qualquer parte da pele para que haja o contato com o vírus. Em se tratando de salas de parto, os cuidados e procedimentos de segurança são ainda mais rigorosos.


Alguns fatores nos fazem compreender sobre o porquê de tais medidas: os bebês são alvos potenciais de germes e vírus que estejam circulando no ar; cerca de 15% das mulheres grávidas que possuem sintomas de coronavírus são assintomáticas; ainda há dificuldades em se notar se há algum tipo de transmissão da mãe para o bebê, mesmo que pelo leite materno. Devido as alterações estruturais de muitos hospitais e demais instituições médicas para atender potenciais pacientes sintomáticos, algumas maternidades concentraram consideravelmente os partos realizados, bem como as rotinas comumente conhecidas das maternidades foram duramente modificadas, como a circulação de pessoas, o maior tempo juntos de mãe e bebê, bem como forte restrição no que tange a visitas.


E como protegemos os pequeninos após seu nascimento?

O uso de máscaras, diferentemente do prescrito para adultos, não é recomendado até os 2 anos de idade, segundo informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, porque as vias aéreas nesta idade são menores e, consequentemente, existe o risco de sufocamento, aliado ao fato de que as crianças ainda não estão aptas a manipularem as máscaras por conta própria. Além disso, o tamanho da máscara dificilmente fica adequado ao rosto dos bebês, bem como há grande possibilidade deles as tocarem, propiciando o contágio por outros orifícios. Os recém-nascidos costumam babar, consequentemente sujando estes equipamentos e, por último, o fato de que o incômodo de uma máscara pode irritar as crianças.

Pensando nisso, o Praram 9 Hospital, em Bangkok, na Tailândia, começou a ceder escudos para os recém-nascidos, num tamanho capaz de proteger o rosto, em sua totalidade, bem como metade de seu corpo. Isso começou quando as enfermeiras tomaram conhecimento que a mãe retornaria para sua casa de transporte público. Preocupadas com os riscos de contágio, produziram artesanalmente o primeiro escudo.


No Brasil, temos iniciativas semelhantes, nas cidades de Recife, Natal e Caxias do Sul. A grande diferença destes escudos para aqueles usados em adultos é como fixar nas frágeis cabeças dos bebês. Para isto, ajustes nas hastes foram feitos para trazer maior firmeza e comodidade. O uso do escudo permite que pais possam transitar com seus filhos, em casos estritamente necessários, tais como consultas médicas e vacinações necessárias, de acordo com a faixa etária da criança.


Olhando um outro aspecto, citamos acima que as medidas protetivas se intensificaram em todos os meios médicos, nada diferente quando falamos de salas de parto. As medidas de distanciamento físico (que é o que realmente vivemos) tomadas por estados e municípios, bem como as recomendações já comumente feitas pelos pediatras no que diz respeito sobre quais locais os recém-nascidos podem frequentar, como o cuidado com exposição ao sol, no devido horário, é a melhor forma de proteção dos bebês. A situação atual requer maior regramento no que tange ajustar a rotina da família, permanecendo por mais tempo nos lares e entendemos que é um desafio. Sabemos que é a fase da vida onde as crianças estão em descoberta do mundo, onde o contato e a intimidade com o seio familiar são cruciais. Sem contar que a higiene, fator sempre observado nesta época, está com requisitos ainda maiores, inclusive nos adultos. Lavar as mãos com água e sabão (na falta, por estar na rua, álcool em gel), não usar a mesma roupa da rua em casa, higienizar itens e/ou alimentos vindos de fora, deixar calçados do lado de fora da casa são ações que minimizam as chances de qualquer contágio com o novo coronavírus. E com a clareza de que isto é um momento e irá passar.


Finalizando, é muito importante que nos cuidemos como um todo e, no caso das crianças, fiquem em casa! Se for preciso sair, procuremos usar os recursos possíveis para diminuir as chances de contágio, quer seja com um lençol, um pano suave ou mesmo o escudo facial. Assim, nossos anjinhos estarão sempre seguros.

___ Relatora: Dra. Patricia Marañon Terrível Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo


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