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Com foco na ética, CFM orienta acadêmicos sobre publicidade médica e mercado de trabalho


“Observamos um aumento de denúncias sobre violações éticas e precisamos, enquanto Conselho de Medicina, estar nas escolas médicas, próximos aos acadêmicos de graduação para orientá-los, nos colocando ao lado dos estudantes e guiando-os na carreira”. Assim a 2ª vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Rosylane Rocha, iniciou sua palestra em uma faculdade de medicina particular no Distrito Federal (DF) neste mês de outubro.


Abordando a aplicação prática das novas regras de publicidade médica, definidas pela Resolução CFM nº 2.336/2023 e que entram em vigor em 2024, Rosylane falou aos alunos do último ano de graduação sobre a necessidade de aliar o marketing e a publicidade à ética, realizando propagandas que dignifiquem a medicina e fortaleçam o bom prestígio do médico.


“Nós, médicos, temos uma atividade meio e não fim, pois, não podemos prometer a entrega de determinado resultado mesmo adotando as melhores técnicas e terapêuticas para cada caso”, explicou a 2ª vice-presidente, orientando os alunos sobre a divulgação de procedimentos através vídeos e fotos, a repostagem de elogios nas redes sociais, a publicação de selfies e de imagens do tipo ‘antes e depois’.


“O uso de imagens deve ser feito com atenção e responsabilidade, sem extrapolar a finalidade educativa e passando por quatro etapas: indicação terapêutica, utilização de imagem ilustrativa do procedimento, divulgação de resultados exitosos e também de possibilidades de insucesso”, pontuou a conselheira federal.


O médico Marco Antônio Cunha, coordenador do curso de medicina, que possui em torno de 900 alunos e 200 professores, destacou ter “uma preocupação com o ensino da ética e agradeço pela presença do CFM na nossa faculdade. É extremamente importante e valioso, especialmente neste momento em que as escolas enfrentam um momento delicado em razão de atos atrozes”, fazendo referência aos atos libidinosos praticados por estudantes de medicina no estado de São Paulo.


“Ensinamos o respeito às normas e às entidades, especialmente aos Conselhos de Medicina, que nos dão segurança. Precisamos que o CFM seja nacionalmente respeitado, pois cuidamos de um bem inalienável que é a saúde”, afirmou a professora Glória Maria de Andrade, co-fundadora do curso e que está há mais de 15 anos na instituição.


Desafios sócio-econômicos, estratégias para fixação médica, formação acadêmica, residência médica, acúmulo de vínculos e adoecimento por excesso de trabalho foram temas também abordados pela 2ª vice-presidente do CFM durante a palestra.


“O CFM atua em todos os espaços políticos em defesa da medicina e dos médicos, trabalhando na busca de avanços e na tentativa de impedir retrocessos. Os desafios são muitos, mas precisamos ocupar os espaços e nos posicionar”, afirmou Rosylane Rocha.


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