As bases de segurança e confiança no uso das vacinas contra a covid-19 no Brasil foram tema de seminário promovido na quarta-feira (10), pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A coordenadora da Câmara Técnica de Doenças Raras do CFM, Natasha Slhessarenko, representou a autarquia no evento, que reuniu sociedades científicas e conselhos de classe.
O encontro teve como objetivo aprimorar a divulgação de informações sobre a segurança dos imunizantes disponíveis e ampliar o engajamento dos profissionais de saúde nas ações de farmacovigilância. A conselheira destacou a importância desse trabalho no atual momento, em que bilhões de pessoas são vacinadas, em todo o mundo. “Nunca se vacinou tantos indivíduos ao mesmo tempo. Sendo assim, é aceitável que efeitos adversos sejam observados. As vacinas são dispositivos imprescindíveis para a eliminação, controle e erradicação de doenças.”
O seminário promovido pelo Ministério discutiu a confiança e a segurança das vacinas contra a covid e chamou atenção para a divulgação de informações falsas sobre os imunizantes, muitas vezes anunciados como experimentais. “As quatro plataformas de vacinas disponíveis no Brasil, Coronavac, Pfizer, Janssen e Astrazeneca já foram aprovadas na Anvisa. Pfizer e AstraZeneca contam com o registro definitivo e Janssen e Coronavac têm aprovação emergencial, ou seja, nenhuma delas são vacinas experimentais. Esse é um conceito que precisamos divulgar e deixar bem claro”, ressaltou a conselheira, especialista em pediatra e patologia clínica.
Importância da vacinação – Quanto à ocorrência de eventos adversos como a miopericardite, registrados por imunizados que receberam a vacina da Pfizer, a conselheira enfatiza que os casos são mais prevalentes entre adolescentes masculinos, após poucos dias da 2ª dose. O sintoma predominante é a dor ventilatório-dependente, que ameniza com a posição de “prece maometana”, ou seja, com a inclinação do tórax para a frente. Outro efeito adverso é a Síndrome Trombótica Trombocitopênica relacionados a vacina AstraZeneca que ocorrem mais em mulheres após a 1ª dose.
Na avaliação da médica, são inúmeros os benefícios da vacinação, e a população deve se vacinar. Possíveis eventos adversos devem ser relatados e deve-se solicitar orientação de um médico. A conselheira enfatiza que “a vacina para covid não é esterilizante, ou seja, não impede que se pegue ou que se transmita a doença, mas evita as formas graves. Evita que o paciente seja internado, intubado, tenha as formas graves e evolua para o óbito”.
Para superar essa dificuldade na comunicação à população, o Ministério da Saúde promoveu o seminário e também vai buscar melhorar a divulgação de informações junto à sociedade. A importância da capilarização do conhecimento, com respostas rápidas e condutas padronizadas fazem parte das ações que Biomanguinhos está à frente, entre elas, a divulgação de vídeos de orientação à população.
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